segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Livros, personagens e realidade.

A comparação de pessoas com livros emparelhados em uma estante qualquer, não é assim tão sem fundamento. Uma ideia realista, onde seres acéfalos e fúteis escolhem somente a capa e mentes “pseudo-cults” optam por títulos diferentes e difíceis (como se isso fosse engrandecer seus caráteres fechados). Este mesmo realismo, que nos alinha por ordem alfabética em filas tortas e com espaços vazios. Onde deixam de lado as entre linhas e focam apenas no resumo não-literário, para dessa forma, facilitar a falta de raciocínio do próximo.
Por isso, sei que não temos pleno poder para escolher a estante, a prateleira ou até mesmo o criado-mudo para estagnar. Somos guiados por quem possui o papel e a tinta, resultando em capas, títulos, drama, romance e até ficção.
Entretanto, se eu pudesse escolher, certamente transitaria entre o minimalismo fofo de Quintana e o extremo surrealismo de Bandeira. Esquivaria dos romances pós-renascentistas e me jogaria de cabeça nas declarações de Drumond. Jamais passaria perto de Best Sellers de auto-ajuda e tentaria manter a classe do Parnasiano, dando valor também à imaginação de Verne.
Quem sabe daqui pra frente eu não ouse em arriscar, mesmo que a grafite, resvalar rascunhos pertinentes ao meu presente ou até mesmo ao meu futuro. Pois já dizia Shakespeare “O destino é o que baralha as cartas, mas nós somos os que jogamos.”